Compreendem um conjunto de decisões
e ações direcionadas à solução de problemas políticos. Entendem-se por
atividade política os procedimentos formais e informais que traduzem as
relações de poder na sociedade.
Políticas públicas são diretrizes,
princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as
relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e
do Estado, ou seja, buscam encontrar formas para resolver sobretudo os
conflitos referidos a bens públicos.
Políticas públicas são as respostas organizadas pela sociedade,
através do seu sistema político, para
atender as necessidades sociais da população
– assistência social, saúde, educação, habitação entre outras.
Existem
alguns critérios que podem ser utilizados para definir o tipo de atuação das
políticas públicas, destacando-se os seguintes:
1) Quanto à natureza ou grau de intervenção:
a)
Estruturais
b)
Conjunturais ou emergenciais
2) Quanto à
abrangência dos possíveis benefícios:
a)
Universais
b)
Segmentais
c)
Fragmentadas
3) Quanto aos impactos
que podem causar aos beneficiários:
a)
Distributivas
b)
Redistributivas
c) Regulatória
1) Quanto à natureza
ou grau de intervenção:
a) Estruturais: Buscam interferir em relações
estruturais como renda, emprego, produtividade etc.
Ex:
a definição do salário mínimo, a geração de empregos e a criação de apoio
governamental para aumentar a produtividade industrial do país. Ou ainda, para
acabar com a pobreza é preciso uma política estrutural rigorosamente articulada
com as demais políticas sociais e econômicas de um país.
b) Conjunturais ou emergenciais: [...] têm o objetivo
de amainar uma situação temporária [...].
Ex. O Programa Fome Zero, na sua
condução até o momento pelo Governo Federal. É como acabar com a febre antes de
atacar as causas de uma infecção. O Fome Zero é exemplo de política conjuntural
enquanto tiver um caráter assistencialista, dando comida, mas sem atacar as
causas da fome.
b) Segmentais:
[...] caracterizando um fator determinado (idade, condição física, gênero
etc.).
Ex. a educação fundamental obrigatória
para toda a população em idade escolar.
2) Quanto à
abrangência dos possíveis benefícios:
a) Universais:
para todos os cidadãos.
Ex. O Sistema Único de Saúde (SUS),
uma vez que tem a universalidade do acesso de toda a população aos seus serviços
como sua principal diretriz na atualidade (mesmo sabendo-se que a qualidade ou falta
dos serviços necessários pode estar excluindo segmentos da população da
cobertura oferecida por essa política pública).
c) Fragmentadas:
destinadas a grupos sociais dentro de cada segmento.
Ex. O Programa Bolsa-Escola é a
expressão de uma política fragmentada, por estar direcionado à população mais pobre,
articulada a uma motivação para atender a obrigatoriedade do ensino
fundamental.
3) Quanto aos impactos que podem causar aos beneficiários:
a) Distributivas: visam a distribuir benefícios
individuais, costumam ser instrumentalizadas pelo clientelismo.
A simples captação e distribuição dos recursos adquiridos através
do Programa “Criança Esperança” é um exemplo de política distributiva.
b) Redistributivas: visam a redistribuir recursos
entre os grupos sociais: buscando certa equidade, retiram recursos de um grupo
(que tem mais) para beneficiar outros (que
necessitam mais), o que provoca conflitos.
Ex. A reforma agrária é uma política
redistributiva.
Características das
políticas públicas:
1) Respondem a problemas concretos
(ex: a fome, a doença, o desemprego);
2) Devem atender a necessidades
sociais (ex.: moradia, alimentação, educação);
3) Atendem demandas (como os
movimentos para garantir medicação para os portadores do vírus HIV) ;
4) Têm objetivos específicos;
5) Existe uma temporalidade, ou
seja, são pensadas para se efetivar durante um certo período de tempo;
6) Utilizam-se de instrumentos
próprios (o voto, por exemplo, é um dos instrumentos de uma política de
participação democrática);
7) Alteram a situação existente.
Quais os objetivos e finalidades das políticas públicas?
1) [...] visam a responder a demandas,
principalmente dos setores marginalizados da sociedade, considerados como vulneráveis.
Essas demandas são interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas
influenciados por uma agenda que se cria na sociedade civil, através da pressão
e mobilização social;
2) Visam a ampliar e efetivar
direitos de cidadania [...];
3) [...] objetivam promover o
desenvolvimento, criando alternativas de emprego e renda como forma
compensatória dos ajustes criados por outras políticas de cunho mais estratégico
(econômicas);
4) [...] são necessárias para
regular conflitos entre os diversos atores sociais que [...] têm contradições
de interesses [...].
Os objetivos anteriormente pontuados
para as políticas públicas, têm uma relevância valorativa e
exprimem opções e visões de mundo
daqueles que controlam o poder, mesmo
que, para sua legitimação, necessitem contemplar certos interesses de segmentos
sociais dominados, dependendo assim da
sua capacidade de organização e negociação.
O Que São
Políticas Sociais?
Política
social “[...] como proposta teórica e prática de redução das desigualdades sociais” (DEMO, 1985, p.118).
Essa é uma
relação fundamental para conceituar políticas sociais: são aquelas políticas
públicas que se voltam para diminuir as desigualdades em nossa sociedade.
Existe um espaço de agente social a ser ocupado, e o autor sugere que este papel seja assumido na sociedade:
Existe um espaço de agente social a ser ocupado, e o autor sugere que este papel seja assumido na sociedade:
reduzir as
desigualdades sociais, seja “[...] dentro ou fora do Governo, na sociedade
civil e nas
organizações,
antes que se torne cada vez mais restrito” (DEMO, 1985, p.118)
São esses
agentes sociais que operam as políticas públicas
de caráter social e que já participaram do processo de sua formulação e, certamente,
estarão participando da sua avaliação, conforme vamos discutir nas seguintes
unidades da nossa disciplina.
Política
social não é
“[...] na
ótica assistencialista, como se fosse doação do estado ou de entidades de
caridade. [...] Trata-se de uma visão muito distorcida da realidade social
[...]”, por pretender ignorar “[...] que o pobre é vítima do sistema.
A prática
assistencialista tem ainda como consequência negativa o fato de coibir “[...] o aspecto
participativo da política social, ou
seja, a dimensão da autopromoção – no fundo,
ninguém promove ninguém, se a pessoa mesma não se autopromove; porquanto reduz
a dimensão do problema ao nível da
secundariedade tal, que pode ser solucionado pela esmola, e assim por diante.” DEMO,1985 ) Assistência
social assistência social
Assistência
Social é uma política pública regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência
Social, LOAS, prevista na Constituição Federal de 1988, formando o tripé da
Seguridade Social, estabelecida como dever do Estado e direito do cidadão.
É um campo
de atuação dos Assistentes Sociais e outros trabalhadores nas esferas Federal,
Estadual e Municipal.
Política Pública de Assistência Social
Política Pública de Assistência Social
Realiza-se de forma integrada às políticas setoriais tendo
por objetivo promover serviços,
programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial e contribuir com a inclusão e a
equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e
serviços socioassistenciais em áreas urbana e rural, além de assegurar que as
suas ações garantam a convivência familiar e comunitária.
ASSISTÊNCIA
SOCIAL ANTES DA LOAS
• Pratica
meramente assistencialista
• Programas
restritos e esporádicos
• Havia
sempre concessões de favores
• O acesso
a um direito era apenas através de doações
• O
atendimento era de interesse particular
• As
pessoas atendidas eram devedoras de favores.
DEPOIS DA
LOAS
•
Assistência Social como política pública
• Os
programas são contínuos
• O cidadão
têm acesso aos bens e serviços
• Direito
assegurado por lei, que o cidadão pode reclamar e exigir
• Os
programas são públicos
•
Transforma e dá autonomia para os usuários, respeitando-os como cidadãos que
agem, pensam e participam.
Os jovens e
a política pública
Todos os dias os jovens estampam as capas de jornais e os
grandes noticiários de TV com histórias negativas e a concepção da juventude
que se arquiteta é o jovem como principal agente de violência, logo a população
assimila diretamente esta ideia jovem/violência.
Há alguns anos a temática juvenil vem ganhando visibilidade
na sociedade, isso nos permite analisar o campo de juventude de forma mais
qualificada e verificar a situação do jovem no Brasil, mas para além do que as
mídias se propõem que é somente vincular os jovens a violência.
O reconhecimento do jovem como sujeito de direitos passa
pela construção de uma nova imagem do jovem, criação de políticas públicas e
principalmente garantindo os direitos básicos como: saúde, educação, segurança
entre outros. A participação da juventude nesse processo é fundamental para o
fortalecimento dessa nova imagem do jovem enquanto protagonista.
O Brasil
tem cerca de 50 milhões de jovens com idade entre 15 e 29 anos. Muitos deles
demonstraram determinação em assegurar seus direitos.
Atento
às demandas dessa parcela da população, o governo federal tem avançado com
ações e políticas públicas voltadas para a juventude.
“Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci,
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar (...)
Trocaram a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero a bonança
O povo tem a força, só precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui.”
Em 2013, foi sancionada a lei que institui o Estatuto da Juventude. As principais novidades do Estatuto são o direito de estudantes a pagar meia passagem nos ônibus interestaduais e direito a meia entrada em atividades culturais para jovens de baixa renda (com renda familiar de até 2 salários mínimos). Em cada evento, os produtores poderão limitar em 40% o percentual de ingressos vendidos com desconto, para ambos os públicos. Os jovens de baixa renda e estudantes que estiverem além deste percentual não terão o direito.
(Rap da Felicidade -MC Cidinho e MC Doca)
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci,
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar (...)
Trocaram a presidência, uma nova esperança
Sofri na tempestade, agora eu quero a bonança
O povo tem a força, só precisa descobrir
Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui.”
Em 2013, foi sancionada a lei que institui o Estatuto da Juventude. As principais novidades do Estatuto são o direito de estudantes a pagar meia passagem nos ônibus interestaduais e direito a meia entrada em atividades culturais para jovens de baixa renda (com renda familiar de até 2 salários mínimos). Em cada evento, os produtores poderão limitar em 40% o percentual de ingressos vendidos com desconto, para ambos os públicos. Os jovens de baixa renda e estudantes que estiverem além deste percentual não terão o direito.
A lei
também estabelece ainda acesso a direitos básicos, como justiça, educação,
saúde, lazer, transporte público, esporte, liberdade de expressão e
trabalho.
De acordo com a secretária nacional da Juventude o Estatuto
foi uma conquista importante dos jovens, mas que ainda existem desafios. Esta
se empenhando pra que essa política de juventude seja incorporada como política
de Estado.
Apesar das conquistas alcançadas nos últimos anos, a
secretária lista desafios das políticas para juventude.
Essa geração comanda essa população que ascendeu de classe,
que teve acesso ao emprego com carteira assinada, mas ainda persistem algumas
desigualdades fortes.
Ações para a
educação
Na área da
educação diversas políticas públicas vêm revolucionando o acesso aos ensinos
superior e técnico e também ao emprego.
Criado em
2011, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) já recebeu investimento de R$ 14 bilhões e ultrapassou 5,8 milhões de matrículas em todo o País.
Em 2014,
400 mil bolsas do ProUni foram ofertadas e 2,4 milhões de candidatos se inscreveram
para o Sisu.
A primeira
edição de 2015 do Programa Universidade para Todos (ProUni) estão sendo ofertadas
213.113 bolsas, sendo 135.616 integrais e 77.497 parciais. Houve um crescimento
de 11% em comparação ao processo do primeiro semestre de 2014, em que foram
ofertadas 191.625 bolsas.
Juventude
Rural
Cerca de oito milhões de jovens brasileiros vivem no meio
rural. Nos últimos anos houve investimento massivo em agricultura familiar, com
a ampliação dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf), nas ações de Reforma Agrária, o Programa de Aquisição de
Alimentos, que hoje tem garantido renda para os agricultores familiares, com a
Política Nacional de Agricologia e Produção Orgânica, entre outros.
No entanto, de acordo com a Secretaria Nacional da
Juventude, essas políticas públicas não atingem da mesma maneira o jovem do que
atinge os adultos e a família como um todo.
Um grupo de trabalho formado pelos ministérios da Cultura,
do Desenvolvimento Agrário, da Educação, das Comunicações e do Meio Ambiente,
juntamente com principais movimentos do campo brasileiro como a Contag, a Via
Campesina, Cetraf, Jovens Indígenas, Quilombolas, tem se dedicado para elaborar
um programa específico, direcionado para os jovens rurais.
“A gente precisa caminhar pra ter uma política nacional
estruturada que ofereça desde esporte no meio rural até acesso a terra. O jovem
deve ter o direito da opção. Se querem ir pra cidade, que seja porque querem e
não por não ter condições de permanecer no meio rural.”
Para
alcançar a plenitude dos direitos da Juventude, tanto do campo quanto das
cidades, é preciso uma maior união entre os governos federal, estadual e
municipal.
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