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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Princípios Geográficos- Exercícios online


Princípios Geográficos

A Geografia é uma ciência que estuda os fenômenos da natureza e da sociedade e sua distribuição espacial. O objetivo da Geografia é compreender a dinâmica espacial que se desenvolve diacronicamente (evolução ao longo do tempo) e sincronicamente (ao mesmo tempo), produzindo, reproduzindo e transformando o espaço geográfico nas escalas local, regional, nacional e mundial.
Esse objetivo deve ser alcançado a partir de um corpo de conhecimentos baseado em categorias e conceitos, como os de natureza, paisagem, território, região, lugar, tempo, espaço, cultura, sociedade e poder.
No século XIX, do surgimento da Geografia como ciência, fez-se necessária a fixação de princípios metodológicos, que conferem-lhe o devido caráter científico. Os princípios formulados são os seguintes:
Princípio da Extensão: criado pelo alemão F. Ratzel. Nesse, o geógrafo deve localizar o fato geográfico e determinar sua área de ocorrência e a Cartografia é ferramenta indispensável. Ou seja, nesse princípio o importante é localizar o fenômeno na superfície terrestre.
Princípio da Analogia: seus defensores foram o alemão Karl Ritter e o francês Paul Vidal De La Blache. Nesse, o estudo de um fenômeno geográfico supõe a preocupação constante em estabelecer semelhanças e as diferenças dos fenômenos ocorridos em outra parte do globo.
Princípio da Causalidade: defendido pelo alemão Alexander Von Humboldt. Esse estabelece que se deve sempre buscar as causas e determinar as consequências do fator geográfico, pois nada acontece por acaso.
Princípio da Conexão ou Coexistência ou ainda Interação: formulado pelo francês Jean Brunhes. Esse estabele que os fatos geográficos físicos ou humanos nunca aparecem isolados e estão sempre interligados por elos de relacionamento, o objetivo é identificar e analisar as relações existentes.
Princípio da Atividade: formulado pelo Brunhes. Estabele o caráter dinâmico do fato geográfico que deve ser estudado em seu passado para poder ser compreendido no presente para se ter uma imagem do futuro.
O objeto material da Geografia é a Terra, a superfície terrestre, e seu objeto formal são as relações aí processadas. Com outras palavras, o objeto formal da Geografia é o estudo das relações locais (verticais) de fatores que diferenciam um lugar de outro, e das relações horizontais entre os lugares ou áreas.
Das diferentes interpretações da relação homem x espaço surgiram duas concepções geográficas:

Possibilismo geográfico: É uma escola de pensamento geográfico francês que surgiu no final do século XIX, que encara o ambiente natural como um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, não determinando a evolução das sociedades, sendo o homem o principal agente geográfico, e ainda mesmo que admita alguma influência sobre o homem, essa escola afirma que o homem sendo um ser racional, é elemento ativo, portanto tem condições de modificar o meio natural e adaptá-lo conforme suas necessidades. Essa  decorrência de vida não é uma conseqüência inevitável das condições ambientais, mas de um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais disponíveis.
 O possibilismo foi uma reação ao determinismo ambiental defendido pelas correntes geográficas alemãs, tendo como principal defensor Paul Vidal de La Blache.

 Determinismo geográfico: Conceito expresso pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel. Consiste sobre as influências que as condições naturais exerceriam sobre a humanidade, sustentando a tese de que o meio natural seria uma entidade definidora da fisiologia e psicologia humana (o homem seria muito marcado pela natureza que o cerca). Nesse sentido, os homens procurariam organizar o espaço para garantir a manutenção da vida. O maior sinal de perda de uma sociedade seria na perda de território, enquanto o expansionismo progredia. As pessoas que acreditavam nessa escola chamada determinismo chegaram a afirmar que o homem seria um produto do meio, e defendiam que um meio natural mais hostil proporcionaria um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social para suportar todas as contrariedades impostas pela natureza podemos citar como exemplo o inverno.

Geografia crítica: No Brasil, o grande nome da Geografia Crítica foi Milton Santos, que publicou os primeiros trabalhos da nova escola nesse país.    Estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia e propõe engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, econômica e política do mundo. Estabelece também uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder e pró-atividade frente as causas sociais, defendendo a diminuição das disparidades sócio-econômicas e diferenças regionais. Defendia ainda a mudança do ensino da geografia nas escolas, ao estabelecer uma educação que estimulasse a inteligência e o espírito crítico.
O pensamento crítico na geografia significou, principalmente, uma aproximação com os movimentos sociais, principalmente na busca da ampliação dos direitos civis e sociais, como o acesso a educação de boa qualidade, a moradia, pelo acesso à terra, o combate à pobreza, entre outras temáticas


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